Gerda Lerner (1920-2013) foi historiadora e professora emérita de História na Universidade de Wisconsin, Madison (EUA), além de acadêmica visitante da Universidade Duke, na Carolina do Norte (EUA). Foi uma das fundadoras do campo de História Afro-Americana e também presidente da Organização dos Historiadores Americanos. Lerner representou um papel fundamental no desenvolvimento do currículo de História da Mulher. Suas pesquisas giraram em torno do que se considera o primeiro curso de História da Mulher, ministrado pela New School for Social Research em 1963. Esteve envolvida ainda no desenvolvimento de programas similares na Universidade de Long Island (1965-1967) e no Sarah Lawrence College (1968-1979), onde estabeleceu o primeiro programa de graduação em História da Mulher, na Universidade de Columbia (na qual foi cofundadora do Seminar on Women). Iniciou sua educação superior somente aos 40 anos, quando os próprios filhos já estavam na escola, conquistando títulos na New School for Social Research em 1963 e de Ph.D. na Universidade de Columbia (1965-1966), tornando-se assim um dos maiores nomes de todos os tempos na área de História da Mulher. Entre seus vários trabalhos encontram-se obras como The Creation of Feminist Consciousness, Black Women in White America, The Female Experience: An American Documentary e The Majority Finds Its Past: Placing Women in History.
A Criação do Patriarcado explora cerca de 2.600 anos de história humana e as culturas do Antigo Oriente Próximo, para nos mostrar em um dos mais originais estudos dos últimos tempos, a origem da opressão das mulheres perpetrada pelos homens. Valendo-se de dados históricos, literários, arqueológicos e artísticos, Gerda Lerner refaz o traçado evolutivo das principais ideias, símbolos e metáforas graças às quais as relações de gênero patriarcais foram incorporadas à nossa civilização, sustentando que a dominação da mulher pelo homem é produto de um desenvolvimento histórico. Não é "natural" ou biológica e, portanto, imutável, de modo que o Patriarcado como sistema de organização da sociedade pode ser abolido por processos históricos. Gerda Lerner propõe uma nova e surpreendente teoria de classe, revelando as diferentes maneiras pelas quais as classes são estruturadas e vivenciadas de forma diferente por homens e mulheres.