Em tempos da prática do coaching e quando notícias distópicas tomam as manchetes, qual a importância de um livro sobre o fracasso? E mais: um livro que parte da pergunta do que poderia surgir depois da esperança, depois da terra arrasada? É com atraso de quase uma década que chega ao Brasil esse trabalho fundamental para os estudos queer e também a obra-prima do teórico norte-americano Jack Halberstam. "A arte queer do fracasso" investiga alternativas e rotas de fuga numa sociedade fascinada por uma ideia heteronormativa de sucesso. Por uma ideia capitalista de sucesso. Os objetos de investigação de Halberstam para desconstruir essas prerrogativas são os mais diversos. Ele parte de animações como "Bob Esponja", "Toy Story" e filmes de apelo popular, como "Cara, cadê meu carro?", passando ainda por Sigmund Freud, Michel Foucault, W. G. Sebald e pelas imagens eróticas de Tom of Finland. Parece que nada escapa ao seu desejo de nos fazer enxergar a rigidez das normas do capitalismo ao redor. A edição da Cepe Editora tem tradução de Bhuvi LIbanio
É professor titular no Departamento de Inglês e diretor do Instituto de Pesquisa sobre Mulheres, Gênero e Sexualidade na Universidade de Columbia (NY). É autor de obras como Skin Shows: Gothic Horror and the Technology of Monsters (Duke University Press, 1995), Female Masculinity, (Duke University Press, 1998), Gaga Feminism (Beacon Press, 2012) e de Trans: A Quick and Quirky Account of Gender Variability (University of California Press, 2018). A arte queer do fracasso, lançado originalmente em 2011, é seu primeiro livro traduzido para o português.