O menino Fred, acostumado ao conforto da vida da capital, vai passar as férias na fazenda do avô, no interior. Durante um passeio ele avista um menino negro que, dias depois, descobrirá chamar-se Viriato, que faz parte de uma aldeia quilombola. A partir daí, ele se envolve com a comunidade de afrodescendentes, que leva uma vida simples, porém cheia de cores e animação. Fred descobrirá a riqueza cultural dessa gente e todos os preparativos para a Festa do Ticumbi, e também conhecerá a dura luta que os quilombolas travam pelo direito de ter sua terra e obter dignamente seu sustento.
Arquimino dos Santos, mais conhecido como Quino, nasceu na comunidade do Córrego do Alexandre, município de Conceição da Barra, no Espírito Santo, no território quilombola do Sapê do Norte, onde vive até hoje. É o quarto dos dez filhos de Arcelino Joaquim dos Santos e Laudemira dos Santos. Os ancestrais de seus pais foram embaixadores e reis no Baile de Congo de São Benedito, o Ticumbi. Seu pai foi embaixador e Rei de Congo por décadas e, com a morte dele, Quino herdou a espada de embaixador, função que ainda exerce. Auxilia o antigo mestre na composição das marchas do extenso Baile de Congo, tira versos para os congos cantarem e cria as próprias embaixadas. Pescador de profissão, é também um dos sanfoneiros que anima os ensaios do Ticumbi. Deborah Goldemberg é escritora e antropóloga. Autora de Valentia (Ed. Grua, 2012), romance vencedor do Programa de Ação Cultural (ProAC) do Governo do Estado de São Paulo (2011) e finalista dos prêmios Jabuti e Machado de Assis (Biblioteca Nacional) em 2013. Seu primeiro livro para o público juvenil foi O fervo da Terra (Ed. Carlini & Caniato, 2009), seguido de Antônio descobre veredas (Ed. Biruta, 2014). É curadora na área de poéticas indígenas desde 2009, tendo organizado diversos eventos para o Instituto de Apoio à Cultura, à Língua e à Literatura (Poiesis), para o Serviço Social do Comércio (Sesc) e outros espaços culturais. Publicou em coautoria o texto dramatúrgico Makunaimã: o mito através do tempo (Ed. Elefante, 2019), vencedor do Prêmio 100 anos da Semana de Arte Moderna, pelo extinto MINC. Jefferson Gonçalves Correiaé paulista e foi morar no Espírito Santo no início de 1996, depois de meses de pesquisa de campo sobre cultura popular com amigos de um grupo de teatro paulistano. Escolheu viver em Itaúnas, uma vila de pescadores no litoral capixaba, rodeada pelas muitas comunidades quilombolas do Sapê do Norte, onde se encontra uma profusão de práticas culturais intangíveis, como o Ticumbi, o jongo e o Reis de Boi. Retomou à graduação em Ciências Sociais, que iniciara na Universidade de São Paulo (USP), e formou-se pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Atuou na gestão pública com titulação de territórios quilombolas e políticas do patrimônio cultural imaterial. Coordenou pesquisas participativas com jovens quilombolas sobre suas comunidades nos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Atualmente, é professor de Sociologia e pesquisador de expressões culturais do patrimônio imaterial e de relações
étnico-raciais.