Este estudo pretende compreender o percurso de Roberto Mange através do IDORT entre 1931-1942. O ano de 1931 é de fundação do IDORT e em 1942 foi criado o SENAI, iniciativa pioneira de ensino industrial, substrato de reflexões que levam Mange a atualizar sua psicotécnica. Sistematicamente reduziram a função deste personagem ao aspecto educacional e por isto procuraremos compreendê-lo de outro prisma, enquanto membro da classe dos gestores, que se valendo da administração científica do trabalho de tipo psicotécnico, caminhará do campo de estudos sobre o trabalho para o da educação industrial. Verificar esta proposta passa por três instâncias: uma de compreensão sobre a origem das práticas de gestão no capitalismo brasileiro; outra sobre a produção do IDORT, cuja atuação balizará a carreira deste personagem, ao colocar em prática sua visão sobre a gestão; e, por fim, uma análise das propostas desenvolvidas por Mange, onde se percebe o objetivo de suplantar as aspirações dos trabalhadores através da conversão de suas reivindicações em molas propulsoras para a economia. Este quadro conforma o trabalhador em peça indispensável na criação de valor, sendo assim produzido o homem capital.
Rodrigo Oliveira de Araújo é professor de História graduado pela UNESP, mestre pela UFG e no momento doutorando pela UFF. Estuda temas sobre a luta de classes, marxismo heterodoxo e classe dos gestores, se especializando, porém, em História do Brasil República, com foco nos projetos de organização da sociedade da primeira metade do séc. XX.